Musical Chord

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Dominantes

Na teoria musical, o conceito de "dominante" é fundamental para a compreensão da harmonia e progressão de acordes. A dominante desempenha um papel crucial na criação de tensão e resolução, sendo uma das ferramentas mais importantes para os compositores. Este artigo explora os diferentes tipos de dominantes, incluindo a dominante primária, secundária, substituta, estendida, alterada e relativa, elucidando suas funções e aplicações na música.

Dominante Primário

A dominante primária é o acorde de quinta grau (V) de uma tonalidade e tem uma forte tendência a resolver para o acorde de tônica (I). Em uma tonalidade maior, por exemplo, em Dó maior, o acorde dominante é G (sol maior), que se resolve para C (dó maior).
Em tonalidades menores, a dominante geralmente é um acorde maior ou maior com sétima para reforçar a sensação de resolução.

Exemplo em algumas tonalidades

Tonalidade Progressão Acorde Alvo
Dó Maior G7 -> C C
Ré Maior A7 -> D D
Mi Maior B7 -> E E
Fá Maior C7 -> F F
Sol Maior D7 -> G G
Lá Maior E7 -> A A
Si Maior F#7 -> B B
Dó# Maior G#7 -> C# C#
Lá menor E7 -> Am Am
Mi menor B7 -> Em Em

Dominante Secundário

A dominante secundária é um acorde dominante que não é o V da tonalidade principal, mas sim o V de um outro acorde dentro da mesma tonalidade. Este conceito permite a introdução de tensões adicionais e movimentos harmônicos mais complexos.

Esse tipo de dominante é conhecido como "dominante do dominante" porque funciona como dominante para outro acorde dominante. Em termos de nomenclatura, é comum usar a notação V7/V para indicar que se trata de um dominante secundário, especificamente do quinto grau.

Exemplo em algumas tonalidades

Tonalidade Progressão Acorde Alvo
Dó Maior D7 -> G G
Dó Maior A7 -> Dm Dm
Sol Maior A7 -> D D
Sol Maior F#7 -> Bm Bm
Ré Maior B7 -> Em Em
Ré Maior D7 -> G G
Lá menor C7 -> F F
Mi menor A7 -> D D

Dominantes Secundários na tonalidade de Dó maior

Dominante Secundário Grau Relacionado Acorde Alvo
A7 V7/II Dm
B7 V7/III Em
C7 V7/IV F
D7 V7/V G
E7 V7/VI Am

Características dos dominantes secundários

  • Eles não são inteiramente diatônicos: pelo menos uma nota do acorde não pertence à escala da tonalidade.
  • Eles geralmente resolvem para um acorde diatônico: localizado uma quinta justa abaixo.
  • São construídos a partir de uma fundamental: que é diatônica.

A última característica justifica a ausência de um acorde V7/VII entre os dominantes secundários. A nota fundamental, uma quinta justa acima do sétimo grau, não pertence à escala diatônica; por exemplo, na tonalidade de C, seria um F#.

Dominante Substituto - Sub V7

O dominante substituto é um acorde que substitui o acorde dominante tradicional, geralmente que possui a mesma sensível (7M) e a uma distância de trítono do acorde original. Na maioria das vezes, é utilizado para adicionar variedade e interesse harmônico. O acorde substituto é geralmente uma dominante alterada.

Vamos analisar o tom de Dó maior: O dominante primário (V7) dessa tonalidade é o G7, este acorde contém a nota Si, que é sua terça maior. Em relação à tonalidade de Dó maior, a nota Si funciona como a sensível, que é a sétima maior.

Agora vamos analisar o acorde situado a uma quinta diminuta acima do G7: Esse acorde é o Db7, composto pelas notas Ré, Fá, Lá bemol e Dó bemol (Si). Note que ele contém o trítono da tonalidade (Si e Fá).

A sensível e o trítono, são as duas características principais de um acorde preparatório.
Note que entre o G7 e o Db7, a principal diferença é a nota do baixo, além da presença da nota Lá bemol, que não está presente no G7.

Acorde Notas
G7 G, B, D, F
Db7 Db, F, Ab, Cb (B)

Você também pode considerar que o Sub V7 está localizado um semitom acima do acorde de destino (Grau I).

Exemplo em algumas tonalidades

Tonalidade Progressão Acorde Alvo
Dó Maior Db7 -> C C
Ré Maior Eb7 -> D D
Mi Maior F7 -> E E
Fá Maior Gb7 -> F F
Sol Maior Ab7 -> G G
Lá Maior Bb7 -> A A
Si Maior Db7 -> B B

Sub V7 Secundário

Os outros acordes diatônicos do campo harmônico também podem ter seus próprios Sub V7. Em uma tonalidade de Dó maior, podemos preparar um F7M com seu Sub V7, criando um Sub V7 secundário.
Para entender melhor, pense nesse exemplo na tonalidade de Dó maior: O F7M possui um dominante secundário, que é o C7. Esse dominante que prepara o F7M pode ser substituído pelo seu Sub V7, que é o Gb7. Portanto, o Sub V7 que prepara o F7M é o Gb7. Este acorde é considerado um Sub V7 secundário, pois a tonalidade principal é Dó maior, e não Fá.

Sub7 Secundários na tonalidade de Dó maior

Sub7 Secundário Grau Relacionado Acorde Alvo
Eb7 Sub7/II Dm
F7 Sub7/III Em
Gb7 Sub7/IV F
Ab7 Sub7/V G
Bb7 Sub7/VI Am

Explicação adicional da resolução em acordes menores

  • Eb7 para Dm: O acorde Eb7 contém o trítono Bb-Db, que resolve naturalmente para as notas do acorde Dm (D - F - A).
  • F7 para Em: O acorde F7 contém o trítono A-Eb, que resolve para as notas do acorde Em (E - G - B).
  • Bb7 para Am: O acorde Bb7 contém o trítono D-Ab, que resolve para as notas do acorde Am (A - C - E).

Se compararmos as notas do trítono de A7 (C# - G) com as de Eb7 (G - Db), vemos que eles compartilham o mesmo intervalo de trítono. Esse intervalo cria a mesma tensão harmônica, que se resolve de maneira similar ao acorde alvo Dm.
Isso explica por que Eb7 pode ser usado como um substituto de A7 para resolver em Dm, pois ambos compartilham a mesma função harmônica através de seus trítonos.

Dominante Estendido

A dominante estendida refere-se à utilização de vários acordes dominantes em sequência, cada um resolvendo para o próximo, criando uma cadeia de resoluções que culmina na tônica final. Este conceito é frequentemente utilizado em cadências prolongadas. São acordes que preparam outros dominantes que não fazem parte dos tons primários nem dos secundários.

Podemos preparar esses acordes dominantes secundários utilizando os dominantes estendidos. Observe essa sequência na tonalidade de Dó maior:

D7 -> G7 -> C7

Se formos preparar esse D7, nós vamos usar um A7, esse A7 já é considerado um dominante estendido. O D7 é um dominante secundário, pois prepara o G7, que pertence ao campo harmônico de Dó. No entanto, o D7 não faz parte do campo harmônico de Dó. Portanto, o acorde que prepara o D7 (A7) é considerado um dominante estendido.

A7 -> D7 -> G7 -> C7

O A7 pode ser preparado pelo E7, e mais uma vez, temos um dominante estendido:

E7 -> A7 -> D7 -> G7 -> C7

E assim sucessivamente:

B7 -> E7 -> A7 -> D7 -> G7 -> C7

Exemplo em algumas tonalidades

Tonalidade Progressão Acorde Alvo
Dó Maior A7 -> D7 -> G7 -> C C
Dó Maior E7 -> A7 -> Dm Dm
Dó Maior F#7 -> B7 -> Em Em
Dó Maior A7 -> D7 -> G G
Sol Maior E7 -> A7 -> D7 -> G G
Ré Maior B7 -> E7 -> A7 -> D D
Lá Maior F#7 -> B7 -> E7 -> A A
Mi Maior C#7 -> F#7 -> B7 -> E E
Si Maior G#7 -> C#7 -> F#7 -> B B
Fá Maior D7 -> G7 -> C7 -> F F
Sib Maior G7 -> C7 -> F7 -> Bb Bb
Mib Maior Bb7 -> Eb7 -> Ab7 -> Eb Eb
Láb Maior F7 -> Bb7 -> Eb7 -> Ab Ab

Dominante Alterado

A dominante alterada inclui modificações nas notas do acorde dominante, como sétimas, nonas, décimas-primeiras e décimas-terceiras alteradas. Esses acordes criam uma tensão ainda maior, aumentando a sensação de resolução quando se movem para a tônica.

Exemplo em Dó Maior

  • G7 -> C: (Dominante Primário)
  • G7(#9) -> C: (Dominante Alterado)

Exemplo em Sol Maior

  • D7 -> G: (Dominante Primário)
  • D7(b9) -> G: (Dominante Alterado)

Dominante Relativo

A dominante relativo é um conceito que se refere ao acorde dominante de uma tonalidade relativa. As tonalidades relativas compartilham as mesmas notas, mas têm tônicas diferentes (uma maior e uma menor).

Exemplo em Dó Maior e Lá Menor

  • G7 -> C: (Dominante Primário)
  • E7 -> Am: (Dominante Relativo)

Exemplo em Sol Maior e Mi Menor

  • D7 -> G: (Dominante Primário)
  • B7 -> Em: (Dominante Relativo)

Dominante Auxiliar

O dominante auxiliar prepara um acorde de empréstimo modal. Por exemplo, na tonalidade de Dó maior, podemos usar o Eb7 para preparar o Ab7M (acorde emprestado de Dó menor). Essa preparação cria transições suaves e coerentes entre tonalidades diferentes.

Eb7 -> Ab7M

Conclusão

Os diferentes tipos de dominantes oferecem uma rica paleta de opções para compositores e músicos, permitindo a criação de tensões harmônicas e resoluções variadas. Entender e aplicar esses conceitos pode transformar uma composição simples em uma peça complexa e emocionalmente envolvente. Experimentar com dominantes primárias, secundárias, substitutas, estendidas, alteradas e relativas é essencial para qualquer músico que deseje expandir seu conhecimento harmônico e suas habilidades composicionais.

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